Inside Me

Devaneios...

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Conjunto.

Alice diz:
queria escrever sobre uma menina q teve uma onda vazia de desejos abstratos com mt gente em volta rs
meninabandini@hotmail.com diz:
pode ser uma onda cheia de desejos abstratos?
meninabandini@hotmail.com diz:
é a solidão do cotidiano, somos todos ilhas cercada de gente por todos os lados.



Ela sentia suas costas que encostavam a parede escorregarem devagar...
precisava escorar-se, a tontura de voltar-se pra dentro. Em meio a balbúrdia das vozes.À sua frente os quadros com os símbolos de "stop", "play" Foward" e "review", O Pause, ela não estava achando o Pause, olhando a distância talvez fosse a miopia que a impedisse de ver, ela queria o Pause, ela queria dar Pause e descer, o mundo andava girando rápido demais. E mesmo com os olhos fechados continuava a enxegar os vultos, continuava, inutilmente, procurando o único botão que faltava à sua paisagem. O botão que a fizesse abrir os olhos.Pela janela azul, brotavam palavas, transpareciam as frases de sua favorita poetisa . Sentia o gozo, arrepiar sua nuca, com uma gota de suor. E os vultos deixavam de ser vultos e as vozes deixam de ser vozes. E ela via pessoas em movimentos mágicos e escutava suas sístoles e diástoles. Ouvia o seu próprio corpo. Ouvia a melodia formada por seus quadros interiores, a melodia que fazia seus poros abrirem e exalar seu cheiro doce.Tinha lembranças etéreas. Lembrava da primeira vez que seu corpo tocou a água salgada. E sentia os primeiros pingos de chuva que lhe acertava o rosto. Ouvia as músicas que seu pai cantava para fazê-la dormir: "Abacateiro nós também somos do mato, como o pato e o leão..." Sentia-se leve. Plena. Nada mais lhe fazia falta, alcançou a si mesma por inteiro.
Respirava agora, lentamente, quase que inspirada na imagem daquela desconhecida a sua frente, aquela da qual discordava, aquela da qual gostava de discordar,
aquela que era seu Outro, que era seu lado submerso, aquela que a completava.
E dela só restava o rastro, algumas fotos antigas desbotadas, algumas folhas de caderno escritas, empoeiradas, alguns papéis de chocolates comidos guardados. Ela queria segurar o que lhe escapava...Ela queria entender como poderia se recordar dos gostos de água se não entendia o sentido do amor.

1 Comments:

  • At fevereiro 13, 2007 11:56 PM, Anonymous Anônimo said…

    Isa-Maria, acho que ninguém gostou do poema-duplo, nenhum comentário. Bom, vou comentar então... Achei legal. Rs. Beijo.

     

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