Plush
Diante de uma tela em branco, ouvia, atenciosamente, sua respiração profunda. Digitava uma palavra e logo em seguida apagava, digitava novamente mas sua tela voltava a ficar branca. Sua respiração tournou-se mais profunda e seu coração acelerado, como se quisessem dizer-lhe algo. Ria irônicamente, do número de anteriores tentativas frustrantes de meditar, pois agora encontrava-se sem seus constantes devaneios. Sentia roubada, como se seu corpo não obedecesse seus comandos, mas na verdade talvez não fosse mesmo uma surpresa, acontecera antes quando decidida a qualquer não de sua vida, via posteriormente suas pernas caminharem e seus lábios mexerem. Sim, os choques seriam explicações para aquilo, a dor, o aperto que sentiu, como se alguém esmagasse, com apenas uma mão, seu peito.
Sempre havia gostado de pinturas, aquelas telas vazias a inspiravam tranzendo consigo a idéia de serem transformadas no arco-íris mais colorido. Portanto, passara boa parte de seus dias à procura delas, como quando criança, procurando o chocolate, escondido por sua mãe, em algum daqueles enormes armários.
Ciclicamente, a procura surtia alguma crise, a menina sempre se deparava com quadros tão bonitos que achava incapaz de um dia possuir tamanha beleza quanto eles, chorava, deprimia-se um pouco, mas reconstituia-se e seu desafio parecia-lhe melhor do que nunca.
Um dia, então, colocou sua calça xadrez, sua camiseta branca e sua havaiana e decidira andar sem rumo. Tinha a leve impressão de que todos a olhavam, talvez por sua roupa, talvez pelo seu cabelo bagunçado, mas como seus artistas preferidos podiam ser vistos muitas vezes assim, abriu um sorriso. Entou numa galeria bem perto de sua casa onde nunca havia estado, talvez nem visto.
Virou na sala dois e continuou por um longo caminho naquele corredor até que uma moça perguntar se precisava de alguma ajuda.
Guitta disse que não precisaria de ajuda, mas que era a sua primeira vez na galeria amarela e estava impressionadíssima. A moça riu como se ouvisse a mesma frase todos os dias. Sem graça, Guitta, virou no próximo corredor tentando desviar dos olhares da outra menina. Encontrou uma tela bem pequena dentro de um vidro onde tinha uma lente pra obsevá-la. Pôs seus olhos e viu pontos de cores não muito definidas em uma micro tela branca. Passou pra lente do lado, achando que já tinha visto o suficiente, mas como saira sem rumo, não lhe custaria. A resolução daquela lente era infinitamente maior e percebeu que dentro de cada um daqueles pontos de cores indefinidas, havia um arco-íris diferente, com um degradée de cores e formas e efeitos tão contrários que quase não poderiam caber naquele quadradinho. Uma lágrima escorreu de seu olho, encontrou novamente a menina abraçou-a e agradeceu. Foi pra casa como se carregasse todas as telas que sempre quis, todos os olhos, os rostos e imperfeições. Deitou em sua cama, acendeu um cigarro e pegou sua caneca de café desejou começar de novo sua coleção, tendo como ponto de partida a menina mais colorida que havia visto, uma menina que não precisava de correções, palpites, críticas, uma tela que viera tão colorida, que mesmo os pingos nos sobretons discordantes dos seus só conseguiam-lhe causar seu sorriso mais sincero.
Sempre havia gostado de pinturas, aquelas telas vazias a inspiravam tranzendo consigo a idéia de serem transformadas no arco-íris mais colorido. Portanto, passara boa parte de seus dias à procura delas, como quando criança, procurando o chocolate, escondido por sua mãe, em algum daqueles enormes armários.
Ciclicamente, a procura surtia alguma crise, a menina sempre se deparava com quadros tão bonitos que achava incapaz de um dia possuir tamanha beleza quanto eles, chorava, deprimia-se um pouco, mas reconstituia-se e seu desafio parecia-lhe melhor do que nunca.
Um dia, então, colocou sua calça xadrez, sua camiseta branca e sua havaiana e decidira andar sem rumo. Tinha a leve impressão de que todos a olhavam, talvez por sua roupa, talvez pelo seu cabelo bagunçado, mas como seus artistas preferidos podiam ser vistos muitas vezes assim, abriu um sorriso. Entou numa galeria bem perto de sua casa onde nunca havia estado, talvez nem visto.
Virou na sala dois e continuou por um longo caminho naquele corredor até que uma moça perguntar se precisava de alguma ajuda.
Guitta disse que não precisaria de ajuda, mas que era a sua primeira vez na galeria amarela e estava impressionadíssima. A moça riu como se ouvisse a mesma frase todos os dias. Sem graça, Guitta, virou no próximo corredor tentando desviar dos olhares da outra menina. Encontrou uma tela bem pequena dentro de um vidro onde tinha uma lente pra obsevá-la. Pôs seus olhos e viu pontos de cores não muito definidas em uma micro tela branca. Passou pra lente do lado, achando que já tinha visto o suficiente, mas como saira sem rumo, não lhe custaria. A resolução daquela lente era infinitamente maior e percebeu que dentro de cada um daqueles pontos de cores indefinidas, havia um arco-íris diferente, com um degradée de cores e formas e efeitos tão contrários que quase não poderiam caber naquele quadradinho. Uma lágrima escorreu de seu olho, encontrou novamente a menina abraçou-a e agradeceu. Foi pra casa como se carregasse todas as telas que sempre quis, todos os olhos, os rostos e imperfeições. Deitou em sua cama, acendeu um cigarro e pegou sua caneca de café desejou começar de novo sua coleção, tendo como ponto de partida a menina mais colorida que havia visto, uma menina que não precisava de correções, palpites, críticas, uma tela que viera tão colorida, que mesmo os pingos nos sobretons discordantes dos seus só conseguiam-lhe causar seu sorriso mais sincero.
1 Comments:
At novembro 13, 2007 8:41 PM,
Anônimo said…
Sempre tão sensível...muito bom ler seus textos,esse vou ler mais uma vez,depois...=ppp
beijos.
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